O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) descartou nesta
segunda-feira arquivar a sugestão de projeto sobre a regulamentação da
maconha no Brasil, da qual é relator. Sem anunciar sua posição, o
congressista reconheceu que o mundo está perdendo a guerra contra as
drogas e disse que apresentará uma proposta com uma posição
"firme" sobre o tema, possivelmente em novembro.
“Pelo arquivamento (o meu parecer) não será. Vou ter uma
proposta”, disse o senador na saída de uma audiência pública sobre a
regulamentação da maconha. Cristovam, no entanto, não disse se já está
inclinado a apresentar um projeto pela regulamentação da droga. “Não
sei, tem muitos caminhos. Tem o caminho de dizer: vamos deixar para um
plebiscito (para que a população opine sobre o tema). Vou encontrar uma
posição firme, clara. Não quero tergiversar”, afirmou.
Cristovam é relator de um projeto de iniciativa popular
sobre o uso recreativo, medicinal ou industrial da maconha. O
parlamentar faz hoje a segunda audiência para debater, entre outras
questões, se o uso da erva leva a outras drogas ou se uma eventual
regulamentação reduziria a violência gerada pelo tráfico. Ao final de
uma série de audiências, Cristovam poderá optar por apresentar um
projeto de lei ou arquivar a proposta.
Nesta segunda-feira, foram ouvidos o coronel Jorge da
Silva, ex-chefe do Estado Maior da Polícia Militar do Rio de Janeiro, e
Nivio Nascimento, do programa Estado de Direito do Escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). Para o militar, o modelo
proibicionista não deu certo. O senador concorda.
“O proibicionismo atual não está dando resultado. Vamos
ter que descobrir outra forma de tentar enfrentar o problema da droga”,
disse.
Opiniões divergentes
Durante o debate, o senador ouviu opiniões divergentes sobre a regulamentação da droga. Os que apoiavam a sugestão popular defenderam um debate científico, enquanto os que sustentavam a proibição apresentaram exemplos de dependentes químicos disseram ter começado com a maconha.
Durante o debate, o senador ouviu opiniões divergentes sobre a regulamentação da droga. Os que apoiavam a sugestão popular defenderam um debate científico, enquanto os que sustentavam a proibição apresentaram exemplos de dependentes químicos disseram ter começado com a maconha.
“Esse
papo de dizer que o fumador de maconha vai ficar só nela, isso não
existe”, disse Jorge Damasceno, ex-dependente químico, que acompanhou o
debate. “Maconha perde o controle, inibe seu raciocínio”, opinou.
O senador também ouvir o depoimento de um pai, Fábio
Machado, que viu sua filha, portadora da Síndrome de Drevet, melhorar de
crises convulsivas depois que começou a dar óleo de maconha para ela,
substância que precisa conseguir de forma ilegal.
“A partir do CBD (óleo de maconha) minha filha começou a
ganhar qualidade de vida. Ela ficava sentada, na frente da TV, hoje ela
anda pela casa, brinca com o cachorro da vizinha, ela dança”, disse.
“Se o que eu estou fazendo for errado, eu vou continuar errado. Se pegar
o remédio dessa forma for tráfico, eu sou traficante, mas pelos meus
filhos e minha família, sempre vou atrás do melhor”, afirmou,
Por :Fernando Diniz -
Direto de Brasília
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